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Shale: How a Technology i changing the EUA Geopolitics

Dezesseis anos atrás, os Estados Unidos invadiam o Iraque. Se você perguntasse para qualquer um na rua porque o Bush fez isso, a resposta seria simples: petróleo. Guerra do Iraque? Petróleo. Guerra do Kuwait? Petróleo. Alinhamento americano com Israel? Petróleo. Afeganistão? Petróleo (mesmo que o Afeganistão só tenha começado a perfurar 9 anos depois da invasão). Era uma resposta fácil. Devo ter aprendido esta com dez anos de idade.

 

Mas o mundo mudou. E as respostas não são mais tão fáceis

 

Os EUA descobriram no começo desta década uma fonte abundante de energia no quintal de sua casa: o xisto. Na verdade, já se conhecia o xisto há tempos; a grande revolução veio da combinação de duas tecnologias: perfuração horizontal e fraturamento hidráulico. Sem entrar em detalhes, estas técnicas permitiram extrair óleo e gás do solo com mais facilidade e com uma qualidade superior.

Além disso, seu preço de extração vem descendo. A OPEP (leia-se Arábia Saudita) já tentou tirar o xisto do mercado aumentando sua produção, e barateando o barril de petróleo (caiu de U$100 para U$50~60). Mas não deu o resultado esperado. O xisto provou que consegue viver num mundo de petróleo barato (diferente da Venezuela). Na verdade, segundo especialistas, em 2017 o preço de custo do xisto se tornou igual ao da OPEP e, hoje, perde somente para o petróleo saudita.

 
 

E, além do óleo, há o gás, que, nesta nova indústria é visto quase como um subproduto. No canto esquerdo da foto abaixo, temos o campo de Bakken, o campo de xisto mais produtivo dos EUA, visto à noite. Como os gasodutos não dão conta, ao invés de parar a produção, o gás natural é queimado. (em termos ambientais, é uma decisão mais ecológica, uma vez que os gases queimados são menos perigosos que o gás natural)

Isso é energia quase de graça. Além disso, existem reações químicas que podem transformar gás natural em produtos de maior valor agregado. A maioria deles custa caro mas, uma vez que o gás já é subproduto, estas rotas estão sendo revisitadas

Com isto, os EUA estão alcançando(ou já alcançaram) a independência energética. E é aí que a figura muda.
Os EUA nunca gostaram muito da globalização. Apesar de serem os maiores consumidores do mundo, sua taxas de importação e exportação são bem baixas comparadas com as dos outros países. Entretanto, suas importações eram vitais, principalmente, as relacionadas ao petróleo e, por isso, rasgavam as vestes com qualquer probleminha no Oriente Médio.

Um EUA energeticamente independente não se importa muito com outros países. O presidente Trump, no seu afã de "America first!", está seguindo um caminho até esperado para seu país:o isolacionismo. Trump já mostrou várias vezes que não se importa com a Europa e está impondo tarifas maiores a todos, principalmente aos chineses. Se o evento dos drones de semana passada na Arábia Saudita fosse sob a administração Bush, geraria mais uma guerra ao terror. Trump não o fez. Não cabe.

A nova direção da Casa Branca não quer brincar de império global. Hoje, os EUA só querem que NÃO haja outro império global. Seu objetivo é lidar com a China; e, de preferência, sem armas.

E as tecnologias para isto já existem. A Indústria 4.0 é um desastre para a China, em especial, a manufatura aditiva (nome técnico para impressora 3D), que é capaz de enxugar o número de peças e, consequentemente, as rotas logísticas de um produto. Alie isso a insegurança geopolítica no Sudeste Asiático (um protesto em Hong Kong ou Taiwan que ganhe proporções inesperadas, por exemplo) e poderemos ver companhias voltando a América do Norte. Se fosse possível fazer um carro usando mil peças na China ou com 200 peças na cidade vizinha com um custo parecido, muitas empresas ficariam tentadas a escolher pela comodidade do lar.

Por tudo isso que foi dito acima é possível que, dentro de 10 anos ou menos, os EUA se fechem economicamente e levantem uma muralha tarifária se isolando do resto. Se isso acontecer, talvez sintamos saudades da época em que eles só queriam petróleo.

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Thiago Pereira
Thiago Pereira
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